Trinta e sete horas de trabalho pra tentar ajudar a segurar as pontas com o cliente novo; catorze litros de cerveja pra compensar as trinta e sete horas; cento e vinte cigarros pra dar uma bronzeada nos alvéolos pulmonares; sessenta mililitros de vodca pra dar uma variada; um pedaço de pizza fria pra não pedir nos cinco minutos de "almoço" uma das deliciosas outras opções do boteco no Centro; um enrolado de presunto com queijo pra cumprir o mesmo objetivo; cem gramas de arroz e feijão, duas batatas fatiadas e fritas e cem gramas de alcatra pra conversar com o chefe no almoço de 17 minutos. Tudo nas últimas 72 horas. A gente gira a economia. E o garçom do bar número um agradeceu a gorjeta, o dono do segundo bar desejou um feliz natal, a moça do caixa da loja de conveniência disse que gosta quando recebe o dinheiro trocado e o garçom do restaurante se desculpou por não conseguir trazer a conta em trinta segundos. Mas a gerente-proprietária da companhia - ao que dizem, muito satisfeita com a rentabilidade da nova conta - passou reto sem nem cumprimentar. Feliz Natal e um ano novo repleto de realizações, de todo modo. Vamos ver o que fazer em 2009.
"Forasteiros", o livro
Há 3 anos
2 comentários:
seis horas de viagem em um ônibus lotado e calorento de Monte Aprazível para Londrina me custaram muito.
boa sorte pra vc.
beijo
Depois de tudo, ainda ter que aguentar a ditadura da felicidade nessa época do ano é um saco.
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